Quando Lia se aproximava de alguém no “BBB 10” com aquela cara de agoniada, querendo conversar, lá vinha discussão de relação (DR)... e choro... e DR... e barraco... e DR... e um pedido que virou marca registrada da moça durante o programa: “Olha pra mim! Olha no meu olho!”. Dessa forma, a morena desenhou sua trajetória no reality show, conquistou amizades — e, claro, inimizades —, chegou à final, mas não levou a bolada de R$ 1,5 milhão.
Para ela, no entanto, tudo bem. Está trabalhando. E muito. Tornou-se celebridade instantânea como tantos outros participantes, negocia com a “Playboy” a capa de junho, mas não parece se assustar com a possibilidade de, em alguns meses, tornar-se uma anônima outra vez. Enquanto isso, faz o que manda a cartilha: aproveita as oportunidades.
— Já era a Lia antes da casa. Vou viver o “BBB” enquanto puder. Sei que existe um tempo para isso, mas não me importo. Sempre trabalhei, nunca tive as coisas de mão beijada. Se tiver que ralar outra vez, ralo — garante.
Após quase um mês de sua eliminação no penúltimo paredão do “BBB 10”, a vida de Lia dá pequenas provas de mudança. A maior delas até aqui foi a transferência de São Paulo para o Rio, onde está morando. Por enquanto, está instalada na casa de um amigo no coração de Copacabana. Porém, a própria se pasma ao perceber que ainda não botou os pés na areia da Princesinha do Mar.
— Acredita que ainda não fui à praia? Estou vivendo uma vida de paulista ainda — conta ela que, ao menos, já arrumou sua trupe na cidade: — Preta Gil e Fernando Torquatto me acolheram, com isso conheci a Ju Reis (assessora de imprensa de Preta) e muita gente legal.
Não faz a louca!
Entre os “mais novos melhores amigos de berçário” está Cadu. Os dois se falam diariamente, até mais do que uma vez por dia, fazem presença em festas e eventos pelo país, têm fã-clube em comum e torcida para que se tornem logo namorados. O que Lia j-u-r-a não ter a mais remota possibilidade.
— Gente, não tem nada mesmo entre a gente. Juro! Só que estamos sempre juntos e as pessoas imaginam coisas — justifica a paulista, que para alegria dos alcoviteiros de plantão apareceu em fotos beijando o rapaz: — Foi um beijo de mentira. Estávamos no show da Ivete Sangalo e todo mundo ficava lá embaixo gritando: “Beija, beija”. Aí, fizemos uma brincadeira. O Cadu tapou minha boca com a mão e fingiu me beijar. Ou seja, o beijaço que tanto falaram era de mentirinha. De verdade, só um selinho mesmo. Mas este ninguém fotografou.
A explicação é bastante plausível se olharmos a foto bem a fundo. Mas encheu de esperança os fãs do quase casal. Ao justificar a situação, porém, Lia se desconcerta um pouco, sorri um tanto sem jeito, olha para o amigo que acompanha a entrevista como quem pede para ser apoiada, e responde. Mas sem olhar no olho da repórter! Se até a mãe de Cadu torce pelos dois, quem somos nós para ir contra um namoro entre eles?
— Ela gosta de mim e acho isso ótimo. Mas não é que ela torça para a gente namorar... — esquiva-se.
Ok, Dona Lia. Se não é Cadu, se o namoro com Luciano (com quem havia terminado e reatado após sua saída e novamente terminado), quem está suprindo tanta carência?
— Sabe que carente eu sou mesmo, né? Mas, com tanto trabalho e tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, não dá tempo de sentir falta de alguém. Lá na casa era muita pressão. Sentia falta de carinho, de sexo, de tudo — conta.
Em “tantas coisas ao mesmo tempo” inclui-se muitas festas com gente bonita dando pinta (no melhor jargão “BBB”) e azaração:
— Olha, ninguém se aproximou assim de mim. Sou paquerada? Sim, claro. Mas não ataco. Não tomo iniciativa. Só aquela do olhar, para dar passagem ao homem e ele me cortejar. Beijo na boca? Não está rolando. Mas acredita que beliscaram minha bunda outro dia?
Olhos rasos d‘água
Dizendo-se mais desconfiada após sair da casa, à primeira vista Lia é meio ressabiada. Não é de se abrir de cara, e aguarda o passo do outro para saber onde vai pisar. Ao falar da família, no entanto, quase desaba. Aos poucos, durante o “BBB”, soube-se que os pais, com mais de 70 anos, passaram por muitas dificuldades. Lia poderia levantar a bandeira de coitadinha da vez e levar o prêmio. Preferiu o caminho mais difícil.
— Não queria ficar fazendo a pobrezinha lá dentro. Sempre batalhei uma vida melhor para eles, mas não os usaria para ganhar dinheiro.
Os perrengues que a caçula passou com os pais não foram poucos. Somados ao medo de perdê-los por conta da idade avançada, sempre foram um tormento para ela. Ao tocar no assunto, Lia não consegue conter as lágrimas:
— Tenho muito medo de que eles me faltem. Sou a caçula (Lia tem 29 anos e a irmã mais velha, 47). O pior momento foi quando minha mãe infartou e teve que ficar num hospital público. Eu pensava: “Se tivesse dinheiro, isso não aconteceria”. “Meu”, que ruim isso... (começa a chorar). Poxa, a gente já teve que dividir um ovo para três... Mas isso não acontece mais, não vai acontecer... Posso dar uma vida melhor para eles e este sempre foi meu objetivo.
Fonte: http://lia-khey.blogspot.com
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